・08/08/2023・Texto por Redação Power Supply

Quase tudo que compõe uma garrafa de cerveja encareceu nos últimos dois anos. O lúpulo e a cevada dispararam com a guerra na Ucrânia. Vidro e embalagens de papelão também. Sem o gás russo, o custo da energia na Europa, onde estão as maiores e melhores cervejarias do mundo, mais do que dobrou. O frete internacional idem. Mas o cenário adverso para a bebida titular dos happy hours mundo afora começa a melhorar, segundo o empresário Douglas Salvador, fundador e presidente do Clube do Malte, maior clube de assinatura de cervejas do País. A queda do dólar, a restauração da cadeia global de suprimentos do setor e a perspectiva de queda dos juros a partir deste mês criam um horizonte mais positivo para as empresas do ramo cervejeiro. “Se o ambiente continuar melhorando, poderemos recompor parte das margens pedidas e também reduzir preços ao consumidor final”, afirmou Salvador. 

O empresário afirma que os custos subiram 50% desde o início da pandemia, mas apenas 10% dessa alta foi repassada ao valor final. “Tivemos de sacrificar a rentabilidade para não perder vendas”, disse. O empresário, que projeta R$ 200 milhões de faturamento neste ano, contra R$ 170 milhões em 2022, calcula que haverá uma melhora geral no mercado assim que o dólar cair para menos de R$ 4,50 (se cair). “Estou confiante de que as coisas vão melhorar muito para o mercado de cerveja.” 

A recuperação global da cadeia de abastecimento de cerveja e deve reduzir preços, segundo Salvador. Isso porque a tendência é que a ampliação do volume de vendas dê a produtores pequenos e médios mais escala e custos mais competitivos, seja na questão dos insumos para a produção da bebida, seja na questão da logística ou das embalagens. Em 2022, a indústria cervejeira cresceu quase 12%, ao mesmo tempo em que se consolidou como referência em economia circular. 

Pelo lado econômico, já são mais de 1,7 mil estabelecimentos espalhados pelo país, representando um aumento aproximado de quase 1,6 mil novas cervejarias em apenas uma década. É o que mostra o Anuário da Cerveja de 2022, elaborado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Em relação à geração de emprego, a cerveja representa 72,3% do total no setor de bebidas alcoólicas, com mais de 42 mil empregos diretos. Dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) apontam que são 2,1 milhões de pessoas que vivem do negócio da cerveja, com um valor adicionado à economia superior a R$ 200 bilhões.

A sustentabilidade também se torna uma preocupação cada vez maior entre as cervejarias. O diretor geral da CervBrasil, Paulo Petroni, afirma que as iniciativas vêm sendo aprimoradas nesse segmento. “Estamos em um processo acelerado de transformação, e o entendimento das empresas nessa questão da sustentabilidade não é apenas para aprender uma determinada lei ou seguir um determinado regulamento”, afirmou Petroni. “Estamos virando essa página, estamos vendo cada vez mais executivos de fato incorporando o termo responsabilidade social na governança de primeiro nível e na definição das métricas de desempenho de suas empresas”, disse.

Outras indústrias diretamente envolvidas com o setor cervejeiro estão diretamente relacionadas à produção sustentável da bebida. As principais embalagens da cerveja, a lata de alumínio e a garrafa de vidro, são grandes aliadas na sustentabilidade do setor, especialmente no âmbito da economia circular.

Do ponto de vista das latas, que representam cerca de 55% das embalagens da bebida no país, o Brasil já é recordista mundial em reciclagem. Além de ter atingido o índice inédito e histórico de 100% de reciclagem no último ano, o Carnaval de 2023 no Rio de Janeiro entrou para o Guinness Book com a maior coleta de latas de alumínio para reciclagem no mundo (10 toneladas).

Um estudo promovido pelo International Aluminium Institute (IAI) com a colaboração da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) comparou a circularidade das principais embalagens para bebidas: alumínio, vidro e plástico (polietileno tereftalato - PET). Os dados mostram que os três segmentos ainda necessitam empreender mais esforços para atingir todo o seu potencial de circularidade. A lata de alumínio continua sendo a embalagem de uso único mais reciclada no mundo, com processos de aproveitamento de recursos mais eficientes e que produzem menores perdas no processo.

A Ambev, uma das maiores cervejarias do Brasil, é um exemplo de sucesso na aplicação da sustentabilidade em suas operações. Desde 2018, a empresa traçou uma ambiciosa agenda ESG com metas para 2025, mas já vinha implementando compromissos ambientais anteriormente. Comprometida com a Ação Climática, busca comprar 100% da eletricidade de fontes renováveis e reduzir em 25% as emissões de carbono em toda a cadeia de valor, anunciando também a Ambição Net Zero até 2040. A gestão de água é outra prioridade, com resultados expressivos de redução de consumo em sua produção. Além disso, a Ambev investe em agricultura sustentável e promove a circularidade das embalagens por meio dos vasilhames retornáveis e majoritariamente com conteúdo reciclado.

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