・27/02/2023・Texto por Redação Power Supply
Nos próximos cinco minutos, tempo que você vai demorar para ler este texto, a Amazon Logistics terá entregue mais de uma centena de pacotes pelo Brasil, do Oiapoque ao Chuí. Desde o ano passado, a divisão de logística da gigante americana do e-commerce, criada no país em 2014, trabalha em um ritmo frenético, 24 horas por dia e sete dias por semana. São mais de 1.400 entregas por hora, três a 15 carretas em trânsito permanente – o pico da demanda antecede datas como Black Friday e Natal –, 350 entregadores e 10 mil funcionários diretos e indiretos. Em um dos 13 principais Centros de Distribuição da empresa, em Embu das Artes (SP), antes mesmo de amanhecer o entra-e-sai de furgões e vans é intenso. “Aqui nosso empenho é aprimorar o fluxo das entregas a cada dia”, afirmou o líder da Amazon Logistics no Brasil, Rafael Caldas, em entrevista exclusiva à POWER SUPPLY. “Não temos a pretensão de nos tornar os maiores do Brasil, mas com certeza seremos os melhores em experiência dos clientes”, disse o executivo.
O objetivo da Amazon Logistics de se tornar maior e melhor passa, principalmente, pela tecnologia. A empresa desenvolveu um sistema próprio de algoritmos que permite uma roteirização quase perfeita das entregas. Ao acoplar a ferramenta batizada de Amazon Rabbit ao Google Maps ou Waze, nenhum entregador demora mais do que 15 minutos para carregar o veículo e sair para a entrega. Isso garante 30% a 40% de redução do tempo e das distâncias percorridas. A meta é que nenhum pacote leve mais do que 8 horas para sair do centro de distribuição e chegar até a mão do cliente. Menos de 1% dos produtos conclui a jornada no dia seguinte – resultado impressionante para um país de dimensões continentais e infraestrutura limitada fora dos grandes centros urbanos.
Toda essa ferramenta tecnológica embarcada faz com que todas as métricas de qualidade da Amazon Logistics evoluam exponencialmente mês após mês, segundo Caldas. “Além de renovarmos nossos recordes em tempo de entrega, estamos com índice próximo a zero em falhas no processo, que vão desde endereços não encontrados, produtos danificados ou extravio”, garantiu. Até o final de 2022, o percentual de acerto era de 99,99%.
A performance da Amazon Logistics não se explica apenas pela tecnologia de roteirização ou eficiência dos galpões da porta para dentro, mas se justifica também pelas estratégias da porta para fora. Uma das iniciativas é a parceria da empresa com a ONG Gerando Falcões, do empreendedor social Edu Lyra, e com a Favela Log, de Celso Athayde – o primeiro é responsável por recrutar colaboradores locais para fazer entregas em regiões com restrição de acesso e o segundo organiza o processo de distribuição em comunidades como a de Paraisópolis, a maior de São Paulo. O trabalho ocorre mesmo aos domingos e feriados. O plano é alcançar 300 favelas até o fim do ano.
Nos últimos anos, a logística no Brasil passou por uma significativa evolução. Antigamente, a distribuição de mercadorias era feita de forma muito precária e ineficiente, com longos prazos de entrega e altos custos. No entanto, com o avanço da tecnologia e a melhoria da infraestrutura do país, a logística vem se modernizando e se tornando cada vez mais eficiente. Isso tem sido fundamental para impulsionar diversos setores da economia brasileira, especialmente o e-commerce. Pelas estimativas do Ministério da Infraestrutura, o Brasil teve cerca de R$ 200 bilhões em investimentos em infraestrutura de transportes em 2022.
Grande parte disso foi gerado pelo e-commerce. O setor tem sido um dos principais impulsionadores da logística no Brasil, e assim continuará sendo. Com o aumento das vendas online, as empresas precisaram se adaptar e investir em soluções logísticas eficientes para garantir que os produtos fossem entregues com rapidez e qualidade. Isso inclui desde a criação de centros de distribuição mais modernos até a implementação de novas tecnologias, como drones e inteligência artificial, para otimizar as entregas.
Além disso, o e-commerce também tem sido responsável por mudanças no comportamento do consumidor. Cada vez mais pessoas estão optando por fazer compras pela internet, o que tem gerado uma grande demanda por serviços de logística. Isso tem feito com que as empresas invistam em soluções cada vez mais eficientes e inovadoras para atender a essa demanda crescente.
No caso da Amazon Logistics, o horizonte da empresa no Brasil é promissor. Nos Estados Unidos, a companhia já é maior do que a gigante FedEx em volume processado. Com uma operação mais estruturada e madura do que no restante do mundo, as entregas em território americano são feitas por uma imensa frota própria, entregadores parceiros e até pela Amazon Flex, um serviço que se assemelha a um Uber das entregas, que garante o produto na porta de casa em até 4 horas após a compra. Por enquanto, isso não há no Brasil. Por enquanto. Mas a julgar pelo avanço das operações por aqui, não é de se duvidar que esta seja uma das próximas entregas da Amazon aos clientes brasileiros.