・24/06/2024・Texto por Redação Power Supply
POWER SUPPLY – Você mencionou que foi surpreendente o número de pessoas no evento Somos Multi. Como foi essa experiência?
DENIS SANTINI – Sou suspeito para falar, mas eu tinha uma meta de 500 pessoas, supermeta de 600, e no final tivemos 747 participantes. Em 48 horas, recebemos 150 pedidos de inscrição, mesmo após encerrar as inscrições. Isso mostra que o evento ganhou tração e relevância.
O que justifica esse grande interesse pelo segmento de franquias?
O mercado de franquias nunca esteve tão bem. O setor envolve franqueadores, franqueados e fornecedores. Atuando com franquias desde 1994, vejo que, apesar da regulamentação recente, com a lei de 1994, o setor tem um faturamento significativo. Este ano, a estimativa é de R$ 250 bilhões. A maioria dos eventos e conteúdo são voltados para franqueadores ou para quem quer empreender. Nosso evento foi inspirado em um evento americano exclusivo para franqueados, visando a troca de experiências.
Na pandemia, muitas pequenas franquias quebraram. O que ficou de aprendizado para o setor de franquias?
A pandemia trouxe muitos desafios, mas também mostrou a resiliência do setor de franchising, que cresce acima do PIB há mais de uma década. Muitos franqueadores ajudaram seus franqueados com subsídios e renegociações. A troca de experiências entre franqueados foi crucial. Muitos aprenderam a vender online e por delivery, e isso foi disseminado por lives e outros meios de comunicação.
Qual é hoje o maior entrave para o crescimento do franchising no Brasil?
O principal entrave é a tributação. O franchising é limitado ao tamanho das pequenas empresas devido ao sistema tributário. Muitas operações não crescem para não mudar a tributação. Outro ponto é o acesso ao crédito, mas a tributação é o maior obstáculo.
Como os microfranqueados driblam a dificuldade de ter acesso a crédito?
Raramente uma franqueadora empresta diretamente, mas muitas avalizam junto com fornecedores. Existem bancos que têm linhas de crédito específicas para franquias, como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Santander, PagBank, entre outros. A troca de informações entre franqueados também ajuda bastante.
Historicamente, o crescimento do setor de franquias foi inversamente proporcional ao mercado de trabalho. Como você vê essa relação hoje?
O Brasil é um país de empreendedores. Quando o mercado de trabalho vai mal, há um aumento no número de pessoas investindo em franquias. No entanto, nem todos têm sucesso. É importante pesquisar bem antes de investir em uma franquia para evitar armadilhas, como vimos no passado com franquias de moda passageira.
Para finalizar, qual a sua percepção sobre o futuro do franchising no Brasil?
O potencial do franchising no Brasil é enorme. Se conseguirmos resolver questões tributárias e de crédito, o setor pode crescer ainda mais, gerando muitos empregos e oportunidades. A resiliência e a capacidade de inovação dos franqueados são pontos fortes que devem ser valorizados.